Saturday 5 March 2016

Rua do Poço dos Negros

Já agora enfiemos pelas Gaivotas até à Rua do Poço dos Negros. 
Esta artéria deve o seu nome, na melhor das hipóteses — recorda Norberto de Araújo — , à circunstância de por aqui ter existido um poço ou vala onde se enterravam os cadáveres dos escravos; também se admite a hipótese de ser a designação uma projecção toponímica de qualquer poço, da horta dos "frades negros", que eram os de S. Bento.⁼⁼
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 83, 1939)

Rua do Poço dos Negros no Largo do Poço Novo, junto ao actual 
Largo do Dr. António de Sousa de Macedo [1908]

Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Por deliberação municipal de 12/08/1937 passou o Largo do Poço Novo a designar-se por Largo do Dr. António de Sousa de Macedo (1606–1682), assim homenageando o secretário de D. Afonso VI que viveu no Palácio da sua família existente neste Largo lisboeta. (cm-lisboa.pt)

Era de família nobre entroncada nos Braganças. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Depois da Restauração, foi secretário de estado na embaixada que D. João IV enviou à corte de Carlos I de Inglaterra e embaixador na Holanda. Foi desterrado para a ilha Terceira após a abdicação de Afonso VI (1669). Foi director de um dos primeiros jornais portugueses, Mercúrio Português, publicado mensalmente em Lisboa (1663-1666). Escreveu obras em português, castelhano e latim.

Rua do Poço dos Negros junto à Travessa do Poiais [1908]
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Obras: Flores de España, Excelências de Portugal (Lisboa, 1631); Ulissipo (poema heróico, 1640); Lusitania Liberata ab injusto Castellanorum dominio (Londres, 1645); Hermonia Política dos Documentos Divinos com as Conveniências de Estado (Haia, 1651); Eva e Ave (Lisboa, 1676).

Canto ao varão que por fatal governo
da Grécia à Lusitânia peregrino
fundou ilustre muro e nome eterno;
onde o mar torna o Tejo cristalino
muito obrou e sofreu; em vão o Inferno
se quis opor contra o poder Divino,
que o guardou para autor, naquela idade,
de muitos reinos numa só cidade.

(Ulissipo, CANTO I, 1640)

O seu túmulo encontra-se na Igreja de Jesus, na freguesia das Mercês, na capela do Senhor Jesus da Misericórdia, que ele próprio instituiu. 

1 comment:

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